PREFEITURA MUNICIPAL DE
GUAJERU

Dados Geográficos

Geografia[editar | editar código-fonte]

Municípios limítrofes[editar | editar código-fonte]

Municípios vizinhos.
  • NorteRio do Antônio Malhada de Pedras;
  • SulCondeúbaJacaraci;
  • LestePresidente Jânio Quadros;
  • OesteCaculé.
  • 1 Com o município de Presidente Jânio Quadros: começa no marco existente no lugar Monte Alto, daí em reta até o centro da Lagoa de Jurema;
  • 2 Com o município de Condeúba: começa no centro da Lagoa de Jurema e daí em reta até o marco da passagem no Riachão, seguindo ainda em reta até o marco existente no Morro São Domingos;
  • 3 Com o município de Jacaraci: começa no marco existente no Morro São Domingos, daí em reta até o centro da Lagoa do Estevão e daí, por outra reta, até o centro da Lagoa do Morro;
  • 4 Com o município de Caculé: começa no Centro da Lagoa do Morro, daí em reta até o centro da Lagoa das Tapagens, seguindo, a partir daí por outra reta até o lugar Lagedos dos Furados, continuando em reta até o centro da Lagoa da Várzea;
  • 5 Com o município de Rio do Antônio: começa no centro da Lagoa da Várzea, seguindo em reta, até o centro da Lagoa da Pedra e, daí, até o marco existente no lugar Monte Alto.

Fonte Lei Estadual Nº 4.402 de 25 de Fevereiro de 1985 do Governo do estado da Bahia.

Clima[editar | editar código-fonte]

O município de Guajeru está situado no Alto Sertão baiano e tem como clima predominante o semiárido. Em geral, as chuvas são escassas na região, os índices pluviométricos oscilam entre 400mm a 600mm. As secas prolongadas são comuns no município, o que dificulta a agricultura. A distribuição das chuvas no território guajeruense não é uniforme, ou seja, chove mais em um lugar que em outro e há lugares em que quase não chove.

Em geral, em toda a área do município o sol brilha o ano inteiro e o calor é intenso durante o dia, refrescando à noite. As temperaturas costumavam ultrapassar 30 °C, principalmente no verão. O período chuvoso estende-se dos meses de outubro a abril, apesar de que nas últimas décadas vem se observando uma irregularidade nas chuvas que caem sobre a região, certamente causa das alterações climáticas. A época mais fria abrange os meses de junho, julho e agosto.

Por está localizado na região do Polígono das secas, historicamente o município de Guajeru sempre sofreu bastante com a escassez de água nos períodos de seca prolongada, situação que permanece até os dias atuais em algumas regiões.

Vegetação[editar | editar código-fonte]

vegetação predominante em Guajeru é a caatinga que pode compreender:

Em meio à caatinga, crescem gramíneas que formam as pastagens que alimentam o gado. As plantas da vegetação de caatinga apresentam folhas pequenas e grossas, cheias de pelos ou espinhos, que evitam a perda excessiva de água e tornam possível a sobrevivência dessas espécies vegetais nos períodos de seca.

O município de Guajeru localiza-se geograficamente na região Sudoeste do Estado da Bahia. Posicionado na área do Alto Sertão apresenta clima semi-árido e tem como vegetação predominante a caatinga. Conforme origem etimológica a palavra é formada pelos vocábulos indígenas caa = a mata; tinga = clara. Trata-se de uma vegetação rala formada principalmente por plantas espinhentas.

Entre as plantas típicas da caatinga guajeruense pode-se citar: baraúna (Melaxilon brauna); jatobá (Hymenaea coubaril); aroeira (Terebinthaceas, Schinus aroeira); umbuzeiro (Spondia tuberosa); gabiroba ou gabiraba (Eugenia psidium); jurema (acacia jurema); mulungu(Erytrina corallededrum); umbaúba (Cecropia palmata) e maracujá (Passiflora malifornis').

Hidrografia[editar | editar código-fonte]

O município de Guajeru é banhado pelo Rio do Antônio.

Segundo o estudioso Tranquilino L. Torres na obra "Memória Descritiva do Município de Condeúba", mapas antigos do século XVIII indicam que o rio se chamava Santo Antônio, a denominação do Antônio proveio de, assim chamar, um antigo morador da margem direita do mesmo. Em época de enchentes esse morador oferecia aos viajantes recursos para atravessar. Reza a lenda que era comum o grito dos viajantes: “Vamos para o rio do Antônio!” Devido a isso o rio passou a ter esse nome e o mesmo conserva-se até os dias atuais.

Nesse rio na localidade denominada Poço da Pedra há a barragem que abastece o município de Guajeru.

O Rio do Antônio tem um curso de aproximadamente 30 léguas (180 km), nassce no município de Licínio de Almeida. Nesse lugar é chamado de Rio Palmeiras Recebe como afluentes o Rio do Salto e o Rio do Paiol. Deságua no Rio Brumado e este por sua vez no Rio das Contas.[6]

Relevo[editar | editar código-fonte]

Situado na área geográfica de abrangência da Chapada Diamantina, o município de Guajeru apresenta um relevo predominantemente formado por planaltos. Aliás, seu espaço territorial está bem localizado no Planalto da Conquista, área compreendida por vários municípios do Sudoeste baiano.

Apresentando altitude aproximada de 628 metros acima do nível do mar, o município de Guajeru possui vários morros e serras, sendo os mais importantes: Morro do Incó, Morro dos Coqueiros e Serra da Umbaúba.

No município são encontradas várias áreas de tabuleiros com altitudes de 20 a 50 metros, de topo plano e laterais íngremes, sendo regiões de caatinga. O ponto culminante do município de Guajeru é o Morro do Incó. [carece de fontes]

Religião[editar | editar código-fonte]

Desde o início da urbanização de Santa Rosa do Panasco (atual município de Guajeru) já existia em prática a doutrina católica. Herdada dos antepassados, mas nessa época não existiam locais definidos para celebrar as missas, pois não havia sido construída a Igreja. Por esse motivo as eventuais missas eram celebradas na então fazenda Posse, nas residências dos senhores Ângelo Custódia de Andrade e Francisco Manoel Novais. As missas eram escassas pelo fato de na época haver muitas dificuldades, como transporte e comunicação e muitos outros justificados. Essas causas levavam o vigário a só celebrar missas de seis em seis meses ou de não em ano. O Belarmino Silvestre Torres foi o primeiro padre a trabalhar no pequeno povoado. Na época que era paróquia de Santo Antônioda Barra (atual Condeúba), ele vinha ao povoado celebrar missas, fazer batizados e casamentos.

A construção da Igreja foi feita com a celebração do padre Belarmino e a ajuda de alguns moradores da fazenda Posse, dentre eles: Francisco Manoel Novais, José Pinto, Clemente Pinto, Joaquim Pinto e Antônio Ribeiro. Supõe-se que a Igreja tenha sido construída por volta de 1880, é certo no entanto, que foi reconstruída duas vezes. A primeira imagem colocada na igreja foi uma imagem de Santa Rosa, comprada em Salvador a pedido do senhor Reinaldo José das Virgens, morador da fazenda Posse. A imagem foi colocada na igreja no dia 22 de janeiro de 1883. Preserva-se até hoje, dois recibos assinados por ocasião da compra da imagem, um assinado pelo Senhor Antonio Joaquim Pinto e o outro pelo padre Belarmino Silvestre Torres.

Eis a íntegra uma cópia dos mesmos.

"Recebi do Sr. Reinaldo José das Virgens a quantia de Sessenta mil réis para entregar ao Sr. Vigário Belarmino Silvestre Torres, para comprar uma imagem de Santa Rosa que o mesmo Sr. Vigário trouxe da Bahia encomendada pelo mesmo senhor Reinaldo. Após termos recebido pedimos o compadre Alexandre José de Novais que este mim fizesse. Santa Rosa, 20 de janeiro de 1883 Antônio Joaquim Pinto"

"Recebi do Sr. Antônio Joaquim Pinto a quantia de sessenta mil réis, sendo cinquenta mil réis a importância de uma imagem de Santa Rosa encomendada por mim na capital da Bahia e dez mil réis de frete que paguei pela condução. A dita imagem vai num caixão para esta freguesia por mim achado, pago da quantia, e por eu ser pedido passei este em que me assino. Santo Antônio da barra, 22 de Janeiro de 1883 vigário Belarmino Silvestre Torres"

Nessa época, moravam poucas pessoas em Santa Rosa do Panasco e estas não se interessavam pelas celebrações religiosas. Vinham então da fazenda Badico algumas senhoras, dentre elas Justa e Justina, para ajudar nas celebrações da igreja. Como nessa época a igreja era muito pequena, os fiéis sentava-se em roda para rezar o terço, o Ofício de Nossa Senhora e a ladainha. Cantavam benditos sacros e faziam grandes procissões na época das festas da igreja. Na igreja e também no povoado não havia energia elétrica ; a iluminação era feita através de candeeiros de azeite e velas. Durante a Quaresma e a Semana santa o povo rezava a via sacra em suas casas. Na sexta-feira da paixão, iam todos para a igreja participar da Procissão do Senhor Morto. Depois do padre Belarmino trabalharam no povoado os seguintes padres: João Gualberto, Padre Daniel, padre Valdemar, padre Ademar, padre Homero e outros mais recentes. Não havia comunidades na zona rural e nem celebração de cultos. Na época que o padre Valdemar trabalhava no povoado o senhor Antônio Alves Ribeiro comprou a imagem de Nossa Senhora do Rosário e colocou na igreja. Em 1958 o senhor José Pinto foi buscar em Condeúba essa imagem de carro de boi, a pedido do senhor Antônio Alves Ribeiro. Nessa ocasião houve a discussão na igreja, o senhor Antônio Alves Ribeiro, queria que Nossa Senhora do Rosário fosse a Padroeira, mas Antônio Novais, parente dos moradores da fazenda posse que colocaram a imagem de Santa Rosa na igreja não aceitou a troca. Depois de muita discussão, concordaram em deixar suas imagens na igreja.

A excomunhão do povoado

Em 1933 seis missionários capuchinhos (missionários da ordem de São Francisco) vieram pregar as missões no povoado de Santa Rosa do Panasco (atual cidade de Guajeru).

Havia no povoado um professor chamado Manoel Pedro dos Santos, conhecido por baiano que professava o ateísmo. Ao saber da vinda dos missionários ele preparou um protesto para recebê-los. Quando os missionários se aproximaram do povoado ele e seus alunos saíram com bandeiras vermelhas, sinal de rejeição e foram encontrar-se com eles. Os missionários não gostaram do protesto e começaram a criticar aquela altitude; contrariados entraram no povoado, fizeram batizados, celebraram casamentos e administraram o sacramento da crisma a muitos jovens. Nessa época, José Porto morador do povoado, hospedou em sua casa alguns palhaços que vieram montar um circo no povoado. Os missionários pediram a José Porto para parar com as apresentações do circo, pois estavam atrapalhando as pregações. Como o senhor José Porto não atendeu ao pedido dos missionários houve uma grande discussão entre ambos.

Certo dia[quando?] os missionários foram fazer uma grande pregação na igreja, era a celebração da missa de encerramento das missões. No momento da pregação o senhor Jesuíno Cascavel e a senhora Perolina estavam se beijando encostados no cruzeiro que havia na frente na igreja, como os missionários já estavam nervosos, começaram a reclamar, mas eles não obedeceram. Conta-se que o bispo ao perceber do fato disse que era uma pouca vergonha, e que para ver o Demônio não era preciso ir ao inferno, pois o mesmo era capaz de vir até a porta da igreja atentar. Disse também que o povo que aqui morava nessa época não sabia se dar ao respeito, por isso, receberiam o castigo merecido: "Este lugar há de crescer como o rabo de cavalo". Não convém no entanto encarar esse fato como uma excomunhão, o certo era encarar como uma advertência dos bispos. Pois a Excomunhão oficial da igreja não é lançada em casos simples como este, para excomungar a pessoa ou o lugar, é preciso que o mesmo tenha cometido um erro muito grande contra a Igreja. Além do mais uma excomunhão é levada a público através de uma bula, e não há nada desse tipo que comprove a veracidade do fato.

Outras histórias[editar | editar código-fonte]

Em 1926 a população do povoado ficou amedrontada com a invasão de revoltosos que vinham de todas as partes do sertão para saquearem casas e comércio. Há notícias de muitas lutas travadas entre população e revoltosos, muitas pessoas fugiram com medo de serem mortas.[carece de fontes]

Infraestrutura[editar | editar código-fonte]

Transportes[editar | editar código-fonte]

O município de Guajeru não é servido por estradas asfaltadas, por esse motivo é mal servido por linhas de transporte. Não há empresas de transporte rodoviário atuando na região e as viagens intermunicipais são feitas em veículos particulares.

Há viagens permanentes para os municípios vizinhos, principalmente para Brumado e Caculé. Existem estradas vicinais que ligam a sede do município aos povoados da zona rural e ainda estradas que ligam a sede do município aos municípios vizinhos. São todas estradas sem asfalto (exceto a BR-030, que dá acesso à cidade de Brumado), conhecidas na região apenas como “estradas de terra”, as quais apresentam grande dificuldade de tráfico nos períodos chuvosos.

A cidade por ser de pequena extensão não possui transporte coletivo, mas há no município grande quantidade de motocicletas usadas nas viagens mais curtas.

As principais estradas vicinais do município são:

  • Estrada que liga Guajeru aos municípios de Malhada de Pedras (BA-148) e para Brumado, (BR-030); essas duas com pavimentação asfáltica. A BA-148 fica a 22,8 km de distância à Malhada de Pedras, daí pela BR-030, 28 km para Brumado.
  • Estrada que liga Guajeru ao município de Caculé, Ibiassucê e Caetité. Início Pela BA - 614 com estrada de chão batido, com 39 km de distância à Caculé.
  • Estrada que liga Guajeru ao município de Condeúba, Cordeiros e Piripá. Início Pela BA-148 com estrada de chão batido, com 45 km de distância à Condeúba.
  • Estrada que liga Guajeru ao município de Presidente Jânio Quadros e Maetinga. Início Pela BA - 614 com estrada de chão batido, com 38 km de distância à Presidente Jânio Quadros.
  • Estrada que liga Guajeru ao município de Rio do Antônio e Ibitira. Início Pela BA - 614 com estrada de chão batido e aproximadamente 30 km de distância à cidade de Rio do Antônio.

Turismo[editar | editar código-fonte]

O município de Guajeru geograficamente está situado no Alto Sertão baiano em uma região de vegetação típica da caatinga. Entre suas paisagens naturais de maior destaque pode-se citar:

  • Rio do Antônio – este rio atravessa a área rural do município, na localidade denominada Poço da pedra há uma barragem e próximo à mesma existem cachoeiras.
  • Morro do Incó – uma das serras mais altas do município, há inúmeras pedreiras que podem ser visitadas. O ponto mais visitado fica no povoado de Serra Linda, desse local pode-se ter uma visão privilegiada de toda a região.
  • Pedra Redonda – enorme formação rochosa localizada na região sul do município, nessa pedra há marcas pré-históricas que se assemelham a rastros deixados por dinossauros.
  • jenipapo – árvore centenária plantada pela família Porto no início da construção da cidade. Essa árvore está localizada na praça principal – a Praça da Feira. Por seu valor histórico é considerada o cartão postal do município.

Cultura[editar | editar código-fonte]

Santa padroeira Santa Rosa de Viterbo.

Folia de Reis ou Reisado é a manifestação cultural mais importante do município de Guajeru. Sendo parte das festas natalinas, o reisado é uma tradição popular que lembra a jornada dos três reis magosGasparBelchior e Baltazar, quando estes seguiram a estrela que os levou até a manjedoura onde estava o menino Jesus. A Folia de Reis vem de uma tradição católica e em Guajeru acontece todos os anos na época do Natal e do Ano Novo. Na noite de Natal, os foliões ou reiseiros percorrem as casas da cidade e da zona rural cantando reis; levam à frente a bandeira e ao som de gaitasbumboscaixas, palminhas, ganzá e triângulo, entoam cantos cujas letras falam dos acontecimentos referentes ao nascimento de Jesus, sua vida e morte. De 1 de janeiro ao dia 6 desse mesmo mês os reiseiros percorrem as residências cantando reis e visitando os presépios. A tradição de fazer presépio é muito antiga em Guajeru e se repete todos os anos na época do Natal. As ladainhas são rezas de tradição católica em louvor a Virgem Maria, antigamente eram cantadas em latim. A tradição permanece até os dias atuais, em muitas localidades as famílias católicas se reúnem para rezar nas comunidades e nas igrejas.

presépio é a representação da manjedoura onde nasceu o Menino Jesus. Na região de Guajeru, o costume de fazer presépio é muito antigo. Todos os anos na época do Natal as famílias fazem nas residências o presépio ou lapinha, nele colocam imagens do Menino Jesus, dos Reis Magos e dos pastores. O presépio só é desarmado no dia 6 de janeiro, dia de Santo Reis. Um dos costumes antigos do povo de Guajeru é a tradição da queima de Judas, feita no Sábado de Aleluia. Um boneco de pano é confeccionado e colocado no lombo de um jumento. O fantoche percorre as ruas da cidade, também é levado às vilas e povoados pelos foliões pedindo esmolas. Numa noite de festa, antes do boneco ser queimado é lido o testamento do Judas com zombarias dirigidas a moradores do município.

O mês de junho marca os tradicionais festejos juninos em Guajeru, os moradores têm por costume acender fogueiras na noite do dia 23. As donas de casa preparam os bolos de xiringa ou avoador, (um biscoito típico do interior da Bahia) e muitos fogos estouram nos arraiais. Os bailes caipiras realizados na zona rural animam as comemorações ao som de sanfonas tocadas por artistas da região.

festa em honra a padroeira do município é a mais antiga e mais importante comemoração religiosa de Guajeru. Realizada no mês de setembro, sendo data de costume o dia 8, é uma tradição do final do século XIX. Teve início no ano de 1883 quando a imagem de Santa Rosa foi comprada em Salvador e colocada solenemente na igreja. Desde 1958 que em Guajeru todos os anos durante o mês de maio são realizadas as novenas em honra a Nossa Senhora do Rosário. No encerramento acontece grande festa com baile e leilões.

Feriados municipais[editar | editar código-fonte]

fonte 

  1. https://pt.wikipedia.org/wiki/Guajeru#Geografia